Donanemab (kisunla) passou por um ajuste para evitar possíveis complicações
Na última terça-feira (29), a Eli Lilly anunciou que o remédio para Alzheimer donanemab (kisunla) passou por um ajuste na dosagem para reduzir os riscos de inchaço cerebral. Depois de 24 semanas de acompanhamento, 14% dos pacientes envolvidos no estudo tiveram o efeito colateral, em comparação com 24% dos pacientes que não tomaram o medicamento.
Segundo comunicado da fabricante, precisou apenas de uma pequena mudança na dosagem do donanemab para reduzir a taxa de inchaço cerebral entre os pacientes.
Justamente levando esses novos dados em consideração, a Eli Lilly planeja enviar os resultados a vários reguladores de saúde para uma possível mudança de rótulo, sob a intenção de alterar essa dosagem.
É importante se atentar a esse possível efeito colateral, porque o inchaço cerebral pode levar à confusão, sintomas semelhantes aos de derrame e, em casos raros, até mesmo à morte.
Mudança na dosagem do donanemab
Ainda são resultados provisórios. De qualquer forma, o estudo durou 52 semanas e contou com a participação de 843 pacientes. As informações foram apresentadas na conferência Clinical Trials on Alzheimer’s Disease em Madri.
Normalmente, os médicos prescrevem dois frascos do medicamento mensalmente por três meses, depois aumentam para a dose completa de quatro frascos no quarto mês.
Nessa nova dosagem, os pacientes receberam um frasco no primeiro mês, dois no segundo mês e três no terceiro antes de passar para a dose de quatro frascos.
A mudança na dosagem também tinha a intenção de reduzir as chances no sangramento cerebral, mas a mudança não foi tão notável quanto no inchaço: 25% dos que tomaram o remédio na dosagem padrão tiveram o efeito colateral, em comparação com 20% entre os que receberam o novo regime.
Por enquanto, o estudo segue em andamento, e a estimativa da própria Eli Lilly é que os resultados de um ano de tratamento com o regime modificado estejam disponíveis no início de 2025.
Aprovação do remédio para Alzheimer
O inchaço cerebral foi justamente o motivo pelo qual a União Europeia rejeitou o leqembi – concorrente do donanemab.
A Medicines and Healthcare products Regulatory Agency, do Reino Unido, aprovou o donanemab na semana passada, mas o remédio foi considerado muito caro para uso generalizado no País.
Donanemab é eficaz
No ano passado, um ensaio com o donanemab mostrou que o o medicamento foi eficaz em retardar o declínio cognitivo. À época, 47% dos 1.182 participantes que tomaram o remédio para Alzheimer não apresentaram declínio ao longo de um ano, em comparação com 29% dos que tomaram placebo.