O estudo foi conduzido em primatas e os resultados são promissores. Os cientistas descobriram que a metformina pode melhorar várias funções corporais
Uma pesquisa recente da Academia Chinesa de Ciências revelou que a metformina, um medicamento amplamente utilizado para o tratamento de diabetes tipo 2, pode ter efeitos significativos no retardamento do envelhecimento. Publicado na revista científica Cell, o estudo sugere que o remédio pode influenciar positivamente o processo de envelhecimento celular.
O estudo foi conduzido em primatas e os resultados são promissores. Os cientistas descobriram que a metformina pode melhorar várias funções corporais, além de suas tradicionalmente reconhecidas propriedades antidiabéticas. Este achado abre a possibilidade de novas estratégias terapêuticas para o envelhecimento.
Benefícios da metformina além do controle de diabetes
Primariamente usada no tratamento de diabetes tipo 2, a metformina é comercializada sob nomes como Glifage e Diaformin. No entanto, os novos estudos revelam que a metformina pode oferecer benefícios que vão além do controle glicêmico, incluindo melhorias cognitivas e rejuvenescimento de órgãos.
Os pesquisadores observaram que a metformina pode atuar diretamente nos neurônios, ativando genes antioxidantes. Essa ação pode retardar o envelhecimento celular, oferecendo uma proteção que não está relacionada apenas ao controle do açúcar no sangue.
Como foi realizada a pesquisa?
Para conduzir a pesquisa, os cientistas utilizaram macacos-cinomolgos (Macaca fascicularis) como modelo animal. Esses primatas compartilham muitas semelhanças fisiológicas com os humanos, tornando-os ideais para estudos avançados.
Durante 40 meses, os pesquisadores monitoraram os primatas por meio de variados métodos, incluindo exames de imagem, análises de sangue e avaliações fisiológicas. O uso de aprendizado de máquina ajudou a criar um modelo complexo para avaliar o envelhecimento tecidual e orgânico.
Resultados obtidos
Os resultados mostraram que a metformina pode reduzir marcadores de idade biológica em primatas, como a idade de metilação do DNA e do transcriptoma. Em termos humanos, a metformina conseguiu reduzir a idade biológica dos primatas em seis anos, o que corresponde a cerca de 18 anos em humanos.
A pesquisa destacou efeitos especialmente significativos na área do lobo frontal do cérebro e no fígado, onde a idade celular foi reduzida em até seis anos. Isso sugere que a metformina pode ser uma abordagem viável para retardar o envelhecimento celular em humanos.
Como proteger o cérebro com o avanço da idade?
Saber que a metformina pode ter efeitos antienvelhecimento levanta a questão: como proteger o cérebro do envelhecimento?
- Dieta saudável: consumindo alimentos ricos em antioxidantes e ômega-3.
- Exercícios físicos regulares: atividade física constante promove a saúde cerebral.
- Estimulação cognitiva: engajamento em atividades que desafiam a mente, como leitura e jogos mentais.
- Redução do estresse: técnicas como meditação e ioga podem fazer diferença significativa.
- Uso de medicamentos adequados: sempre sob recomendação médica, considerações sobre o uso da metformina podem ser feitas.