Avaliado em US$ 1,5 trilhão e com crescimento anual de 5% a 10%, de acordo com dados da McKinsey, o mercado global de saúde e bem-estar vem revolucionando hábitos e se mostra como uma tendência que veio para ficar
Na descrição literal, o termo saudabilidade significa “qualidade do que é saudável”, porém a realidade é muito mais abrangente que isso, referindo-se à mudança de hábitos alimentares, que visam mais qualidade de vida, bem-estar, saúde e, principalmente, o melhor funcionamento do organismo.
Isso porque, por muitos anos as grandes marcas ditavam as tendências do segmento de alimentos, oferecendo opções com altos índices de açúcares e pobres nutricionalmente.
Porém, com o rápido avanço da tecnologia e das redes sociais, as informações que envolviam saúde e bem-estar, impulsionadas por especialistas e influenciadores digitais, ganharam grande repercussão no mercado nacional.
Isso resultou em consumidores informados e mais criteriosos, e que agora, ditam o mercado, influenciando grandes empresas na composição de seus produtos e exigindo transparência por parte das mesmas.
Avaliado em US$ 1,5 trilhão e com crescimento anual de 5% a 10%, de acordo com dados da McKinsey, o mercado global de saúde e bem-estar vem revolucionando hábitos e se mostra como uma tendência que veio para ficar.
De acordo com uma pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o consumo de alimentos saudáveis, que já vinha ganhando força entre os brasileiros, foi acelerado pela pandemia de Covid-19. Em 2020, as vendas desses produtos – que incluem desde itens sem glúten ou com menor teor de sódio a orgânicos certificados – atingiram R$ 100 bilhões no País, segundo o Euromonitor Internacional.
Dentre esse nicho, há grande demanda de pessoas que passaram a não consumir glúten e também há um aumento de pessoas adeptas do vegetarianismo e veganismo. Segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVG), 14% dos brasileiros se declaram vegetarianos e há um crescimento de 75% da população vegetariana nas regiões metropolitanas, quando comparado a uma pesquisa feita pelo IBOPE em 2012.
E esse cenário reflete diretamente no mix de produtos da farmácia.
“Diversas marcas querem entrar no farma, porque a cada dia a mais a farmácia está focada na prevenção e não mais somente no tratamento. Além disso, cada vez mais nossos clientes estão olhando para isso, sendo importante aumentar as conversas de saudabilidade e sustentabilidade nesse canal”, contou a founder e CEO da brandtech focada no desenvolvimento de estratégias de marketing e vendas para marcas que desejam impactar o mundo de uma forma positiva, SaudaBe Group, Bruna Pavão.
Ocean Drop
A marca de suplementos alimentares clean label e veganos, recolhe 25 g de lixo dos oceanos a cada embalagem comprada, já tendo contribuído para retirar sete toneladas somente este ano. “Temos as primeiras gomas veganas do mercado, feitas com tapioca e não com gelatina”, contou a nutricionista propagandista da Ocean Drop, Olivia Ponce.
Selvs
A marca que tem o colágeno como ingrediente principal é clean label, sem glúten ou lactose, e quer desmistificar o uso da substância, que ainda é relacionada diretamente ao uso para unhas, pele e cabelos. “Nosso intuito é mostrar que o colágeno é importante para a saúde como um todo e não somente para a parte estética”, contou a nutricionista da Selvs, Lívia Almeida.
Santa Helena
Um exemplo disso, é o da indústria de produtos à base de amendoim, Santa Helena, que há 80 anos abastece o varejo alimentar e agora relança a linha de doces e barras de nuts zero açúcar Cuida Bem, já presente em algumas farmácias pelo Brasil, como as da rede Raia Drogasil.
NutriSanti
A marca de farinhas, grãos, açúcares, sais, proteínas, chás e complementares, saudáveis, também já está no farma com snacks sabor banana, chás e com o adoçante natural, Xilitol. “Mais do que nos mercados, nas farmácias os consumidores prestam atenção ao que estão consumindo e ao que está escrito nos rótulos. O varejo farmacêutico também atua fortemente na fidelização do consumidor, sendo um mercado que pretendemos expandir”, contou o diretor do Grupo Santi, Gustavo Alfonso.
“O consumidor busca por acessibilidade, visibilidade e disponibilidade nesta jornada. Cada categoria (alimentos, bebidas e suplementação) deve estar separada na hora da organização e é possível criar momentos de soluções como: bem-estar e saúde, imunidade, qualidade do sono, idosos e gestantes, entre outras. Além disso, a disseminação do conhecimento é essencial para converter a compra e fidelizar o consumidor, pois faz muita diferença quando o cliente entende os benefícios do produto e ganha consciência do que está comprando”, orienta Bruna, para a hora de expor os produtos no ponto de venda.
Fonte: https://guiadafarmacia.com.br/exclusivo-como-o-mercado-de-saudabilidade-esta-mudando-o-varejo-farmaceutico/