Iniciativa destaca tendências que já estão impactando o mercado e exigem rápida adaptação
O Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Corporativa (IFEPEC) acaba de lançar o estudo “Visão 360º do mercado farmacêutico no Brasil – Um mapeamento das expectativas através dos seus principais agentes”, um levantamento inédito que analisa como médicos, indústrias, distribuidores, farmácias, representantes comerciais e consumidores enxergam o futuro do setor. O material pode ser acessado gratuitamente por meio do link.
Coordenado pelo presidente da Febrafar, Edison Tamascia, em parceria com o consultor do IFEPEC, Rodnei Domingues, o trabalho apresenta uma leitura ampla, isenta e comparativa sobre o comportamento e as expectativas de toda a cadeia farmacêutica, destacando tendências que já estão impactando o mercado e exigem rápida adaptação.
Principais percepções do estudo
Veja alguns dos muitos pontos de grande relevância que foram observados pelo estudo e que aguda a entender o momento atual do mercado:
• Médicos e transformação digital
Os médicos seguem reconhecendo a relevância da indústria, mas buscam cada vez mais informações por meio de plataformas digitais e ferramentas de inteligência artificial. As visitas de propagandistas têm perdido espaço — especialmente entre profissionais recém-formados — e tendem a ficar restritas a especialidades e produtos de maior complexidade.
• Representantes: de promotores a consultores estratégicos
O papel tradicional do representante está em transição. Amostras grátis e convites para congressos seguem sendo fatores de atração, mas o futuro aponta para profissionais com perfil consultivo e domínio de tecnologias digitais.
• Indústrias pressionadas pela “cultura do menor preço”
A busca do consumidor por ofertas reduz a margem de lucro e impacta até produtos inovadores. O estudo aponta que as multinacionais tendem a reforçar investimentos em áreas de maior valor agregado, como medicamentos hospitalares, oncológicos e biológicos. A IA também surge como ferramenta central para aumentar eficiência e relacionamento com o paciente.
• Distribuidores: consolidação e necessidade de inovação
Com margens apertadas e desafios tributários, o segmento deve passar por consolidação, com sobrevivência dos players mais inovadores. A capilaridade segue sendo diferencial competitivo, mas depende de evoluções tecnológicas e logísticas.
• Farmácias: bons resultados, mas falta estratégia
Apesar de 54% dos empresários terem registrado lucro estável ou crescente no último ano, 46% afirmam sofrer com redução da rentabilidade. Entre os que possuem planejamento estratégico, as prioridades são: comprar melhor, reduzir despesas e ampliar o delivery. A digitalização é consenso: 93% pretendem ampliar o uso de canais digitais nas compras.
• Consumidor digital exige conveniência
O levantamento mostra que 76% das compras digitais não são feitas em aplicativos, mas por WhatsApp, por ser mais rápido, intuitivo e permitir atendimento personalizado. Críticas frequentes aos aplicativos incluem lentidão e complexidade de uso. Problemas logísticos, como falhas na entrega e desatualização de estoque, também aparecem como desafios recorrentes.
Assim, a pesquisa aponta um mercado em transformação acelerada, impulsionado por novas tecnologias, mudança de comportamento do consumidor e pressões competitivas. Para sobreviver e crescer, os agentes da cadeia farmacêutica precisarão investir em inovação, qualificação, integração digital e estratégias mais flexíveis e colaborativas.
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