Especialistas avaliam que focar na redução da carga é uma visão rasa, impedindo a alavancagem da operação no longo prazo
A gestão tributária nas farmácias tem como premissa a ânsia por obter economia no pagamento de impostos. A preocupação é legítima e pode dar fôlego financeiro ao negócio, mas especialistas alertam que focar apenas nesse objetivo representa uma visão rasa e pode comprometer a alavancagem da empresa em longo prazo.
“Um planejamento tributário eficiente vai muito além da simples escolha do regime fiscal. Ele deve estar alinhado com a estratégia de crescimento da empresa e ser parte fundamental das decisões de gestão”, afirma Marcus Cordeiro, CVO da Farmacon.
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Segundo Cordeiro, a farmácia precisa ter clareza sobre o futuro do negócio. Algumas perguntas devem ser feitas para garantir que o planejamento tributário de hoje traga resultados sólidos amanhã.
Qual a meta de faturamento total da empresa? Existe a intenção de abrir novas unidades? O mix de produtos continuará o mesmo ou passará por mudanças estratégicas? Há planos para expandir as operações para o digital, com a implementação de um e-commerce, por exemplo?
“Sem uma visão empresarial bem delineada, qualquer decisão pode acabar sendo apenas uma solução momentânea e não uma estratégia de crescimento real”, ressalta o executivo.
Dois pontos são vistos como preponderantes na gestão tributária
Além da visão estratégica, a boa gestão tributária pressupõe um olhar redobrado para a operação. E dois pontos são fundamentais nessa estratégia:
Mix de produtos e controle de estoque – quando o estoque físico está alinhado com o estoque fiscal e virtual, o acerto na tomada de decisão tende a ser muito maior. “Isso influencia diretamente na precificação, na gestão de fluxo de caixa e até mesmo em benefícios fiscais aplicáveis ao negócio”, reforça Cordeiro Separação entre pessoa física e jurídica – se alguém associa esse vício a uma prática do passado, ledo engano. Muitos empreendedores ainda misturam as finanças pessoais com as da corporação, o que fere a organização do fluxo de caixa. “Ter um controle rígido sobre cada centavo que entra e sai da operação permite não apenas um planejamento tributário mais eficiente, mas também uma gestão empresarial mais estruturada e preparada para o crescimento”, explica Cordeiro.
O momento de escolher um regime tributário não pode ser tratado apenas como um exercício de “economia de impostos” ou um meio de tapar buracos financeiros. Ele deve ser encarado como uma oportunidade para refletir sobre o futuro do negócio e ajustar a rota conforme necessário, exigindo os seguintes questionamentos.
Quais são minhas metas reais? Qual a visão da minha empresa para os próximos anos? Onde quero chegar? Como um planejamento tributário bem conduzido pode me ajudar a alcançar esses objetivos?
“Se bem estruturado, o planejamento tributário pode deixar de ser apenas um mecanismo de redução de impostos para se tornar uma ferramenta poderosa de crescimento. Vale a pena fazer essa reflexão e utilizar esse momento como um verdadeiro ajuste de rota para o futuro do negócio”, finaliza o CVO.
Fonte: https://panoramafarmaceutico.com.br/gestao-tributaria-nas-farmacias-muito-alem-de-impostos/