Objetivo é fortalecer as redes médias para negociar preços melhores com as indústrias e distribuidores
Um grupo de sete redes de farmácia com faturamento somado de R$ 5,6 bilhões está se associando para enfrentar a concorrência de gigantes do setor como Raia Drogasil, Pacheco e Panvel. A Federação do Comércio Farmacêutico (Fecofar) é a quarta associação de pequenos e médios criada para fazer um contraponto às associadas da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que controlam pouco mais de 50% do mercado com cerca de dez mil lojas.
A Fecofar diz que a entidade não tem fins lucrativos e será bancada pela indústria e distribuidores — e não com mensalidades das redes, como é praxe nas associações de classe.
Um dos principais objetivos, segundo Marcelo Grasso, CEO da catarinense Masterfarma, é ter volume para negociar preços melhores com a indústria — e isso vale não só para as marcas proprietárias das indústrias e também para as chamadas ‘marcas próprias’. Juntas, as associadas da Fecofar irão compartilhar uma única ‘marca própria’, melhorando as condições comerciais.
“Uma rede independente compra cerca de R$ 120 mil por mês em mercadoria. Na Masterfarma, com 1 mil lojas, compramos R$ 100 milhões. Com a Fecofar, vamos para R$ 500 milhões”, diz Grasso, que foi um dos fundadores, nos anos 1990, da Febrafar, federação que reúne 60 redes de farmácia e que foi a primeira associação de pequenos criada para se contrapor às gigantes.
E-commerce unificado
A nova associação também vai atuar no mundo digital. Por trás do site de cada rede haverá uma plataforma unificada, o que também vai permitir que as farmácias ampliem a oferta de produtos para além do catálogo das lojas físicas. “Com o e-commerce unifica, as farmácias poderão vender uma prateleira infinita, de coisas que não têm nas lojas”, diz Grasso. O plano é iniciar essa integração a partir do final de fevereiro, quando a associação deverá estar em pleno funcionamento.
A Fecofar nasce com sete redes e 3,2 mil lojas em 24 estados: Masterfarma (Criciúma/SC), Farmais (São Paulo/SP), Farmácias São Rafael (Chapecó/SC), Grupo AMR (Varginha/MG), Drogarias Max (Rio de Janeiro/RJ), Rede Multidrogas (São José do Rio Preto/SP) e Grupo Redemed (Recife/PE).
Essas redes compartilham dos mesmos sistemas e softwares de gestão e possuem modelos de negócio similares. A maior das sete é a Masterfarma, que funciona num modelo associativista de licenciamento de uso de marca. Os lojistas independentes pagam uma mensalidade fixa de 1 salário mínimo por mês para usar a marca Masterfarma e usufruir de acordos comerciais com distribuidores, independentemente do tamanho do faturamento. Não há pagamento de royalties, como nas franquias tradicionais.
Fonte: https://oglobo.globo.com/blogs/capital/post/2023/11/pequenas-redes-de-farmacias-se-unem-para-fazer-frente-as-grandes.ghtml
