O conceito de saudabilidade deve ganhar espaço na preferência dos shoppers e orientar as vendas em farmácias
A última enquete do Panorama Farmacêutico indicou que essa tendência começa a ganhar atenção do setor, mas a expansão ainda é tímida.
Dos profissionais do canal farma que emitiram sua opinião, 37% apontaram que sua farmácia já está adequando os pontos de venda (PDVs) e o mix de produtos a esse modelo, enquanto 15% disseram estar atentos ao conceito. Em contrapartida, 30% revelaram que nada mudou e 18% reiteraram que o assunto não ocupa a lista de prioridades da empresa.
Na prática, a saudabilidade está atrelada à busca por itens que não apenas preconizam o bem-estar, como também envolvem princípios de sustentabilidade em todas as etapas – da produção à venda. O mercado de cosméticos veganos simboliza esse modelo e deve crescer US$ 3,32 bilhões até 2024, o equivalente a R$ 18 bilhões, segundo análise da consultoria Technavio.
Saudabilidade no radar de multinacional e grandes redes
O potencial da categoria de cosméticos veganos no Brasil, aliás, atraiu a atenção de uma gigante do segmento. A norte-americana Wet’n Wild iniciou operações no país neste segundo semestre, com mais de 250 SKUs, e a venda em farmácias está no radar.
Segundo o CEO da Just Beauty, distribuidora oficial da Wet’n Wild no Brasil, Rodrigo Oliveira, a estratégia da marca é atingir os consumidores das classes B e C, que correspondem a cerca de 45% da população.
Grandes redes de farmácias também enveredam por esse mercado, mas priorizando estratégias como o investimento em marcas próprias. É o caso da Raia Drogasil, cuja linha Vegan by Needs cresceu 150% entre 2019 e 2021. A varejista também planeja agregar lojistas com produtos veganos à sua plataforma de marketplace.
A Drogaria Santo Remédio, do Grupo Tapajós, também reúne categorias novas como a de saudabilidade, com foco em linhas de produtos veganos, orgânicos, light, diet e sem glúten. Esse portfólio está disponível, em um primeiro momento, na flagship store da rede em Manaus (AM).
Restrições para expansão do conceito
Mas no universo do médio e pequeno varejo, a saudabilidade está só na ideia, o que pode estar associado ao atual cenário macroeconômico. “Com o avanço da vacinação, mais shoppers passaram a consumir fora de casa a partir do segundo trimestre do ano passado e a cesta de higiene e beleza começou a voltar ao perfil pré-pandemia. No entanto, o preço ganhou força como principal motor para a decisão de compra”, avalia a gerente da Kantar para as áreas de OTC e higiene pessoal, Daniela Jakobovski.
Para as farmácias, o caminho para reter clientes passa cada vez mais pela variedade de ofertas e por estratégias como embalagens mais econômicas. “As grandes redes encontram mais facilidades de negociação com fornecedores. Já o pequeno e médio varejo precisa mostrar as vantagens da promoção no ponto de venda, mesmo com limitação de margem. Reter o consumidor deve ser o primeiro passo”, complementa.
Nova enquete
O crescente nível de exigência do consumidor e a maior demanda por produtos e serviços nas farmácias impõem ainda mais rigor no processo de escolha dos fornecedores. E o que mais sua rede ou sua loja prioriza na hora de optar por esses parceiros? A nova enquete avalia os critérios que norteiam a relação colaborativa entre varejo e indústria.
Fonte: https://panoramafarmaceutico.com.br/saudabilidade-avanca-em-farmacias/