O programa inclui uma plataforma web para facilitar a comunicação durante o atendimento e o Vocabulário Terminográfico Farmacêutico Bilíngue
Farmacêuticos de todo o País já podem se inscrever gratuitamente no curso on-line de capacitação na Língua Brasileira de Sinais (Libras) do Conselho Federal de Farmácia (CFF). Pensado por profissionais especializados em Libras e também por farmacêuticos para formar os profissionais de farmácia, o curso está sendo ofertado por meio da plataforma edufarma.cff.org.br e faz parte dos projetos do Programa FarmaLibras.
Detalhes do curso
O programa inclui duas outras iniciativas, uma plataforma web para facilitar a comunicação durante o atendimento farmacêutico em Libras e o Vocabulário Terminográfico Farmacêutico Bilíngue (Português-Libras).
O curso foi preparado para formar farmacêuticos ouvintes, mas garante a acessibilidade linguística à pessoa surda. A carga horária é de 45 horas, distribuídas em 40 videoaulas.
“Ao final, o egresso deverá estar qualificado para manter diálogo básico em Libras em vários espaços sociais, principalmente nos espaços de cuidado à saúde, podendo propiciar um atendimento mais humanizado à pessoa surda”, explicou a coordenadora pedagógica do curso, Sônia Oliveira.
Iniciativa
O trabalho desenvolvido na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) começou com o então acadêmico de farmácia, tradutor e intérprete de libras, Ricardo Simões, visando, então, à promoção do uso racional de medicamentos de forma acessível à pessoa surda.
“Eu disse aos alunos que daria desdobramentos ao que havia visto e, de volta à Brasília, junto com o então conselheiro federal de Farmácia pelo estado do Pernambuco, Bráulio César, falei sobre o trabalho desenvolvido na Univasf ao presidente do CFF, Dr. Walter Jorge João”, conta, portanto, o professor Tarcisio Palhano.
“De imediato, ele pediu que a professora Deuzilane viesse à Reunião Plenária do CFF fazer uma apresentação aos conselheiros federais. Ao final dessa apresentação, foi determinada a constituição de um GT para elaborar a minuta da Resolução nº 662/18, aprovada à unanimidade do Plenário, que fez do CFF o primeiro conselho profissional da sua área a contar com uma proposta concreta de assistência à saúde inclusiva.”
O professor Palhano destacou a visão do presidente do CFF que não só abraçou a proposta de elaborar uma resolução que estabelece diretrizes para o cuidado farmacêutico à pessoa surda, como ampliou as iniciativas voltadas à promoção da acessibilidade na atuação farmacêutica com a criação do Programa FarmaLibras.
“Eu me sinto muito feliz com o lançamento desse curso tão esperado. Passamos por muitas dificuldades e obstáculos em 2020, por conta da pandemia, mas finalmente podemos colocar à disposição dos colegas esse curso”, comentou. “Espero que todos se matriculem e que, juntos, possamos acolher esse universo enorme de pacientes tão carentes de informação para o uso seguro e racional de medicamentos”, conclamou o Jorge João.