Prevenção ao HIV: o papel fundamental do farmacêutico

Além de garantir o uso correto dos antirretrovirais, alertar sobre novas terapias, tendências globais e possíveis efeitos adversos e oferecer suporte técnico

O farmacêutico tem papel essencial no cuidado de pessoas com HIV e usuários da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), terapia que previne o contágio do vírus. Ao orientar e acompanhar o uso seguro dos medicamentos, contribui para a prevenção de novas infecções. Seu olhar técnico e humanizado é decisivo no manejo de interações medicamentosas e estímulo à adesão em longo prazo, fatores críticos para o sucesso das estratégias preventivas e antirretrovirais.

O acompanhamento contínuo é especialmente relevante no caso da PrEP, cuja adesão cresce no Brasil.  Entre 2020 e o primeiro semestre de 2025, a dispensação da terapia no Sistema Único de Saúde (SUS) aumentou 628%, chegando a 193.516 tratamentos1.  A PrEP é considerada uma das principais responsáveis pela redução das infecções por HIV.

Os resultados são expressivos. Em São Paulo (SP), o número de diagnósticos de HIV caiu 54,6% entre 2016 e 2023, para 1.705 casos2. Experiências internacionais, como a de São Francisco (EUA), reforçam a tendência3.

Nesse contexto, o Binav®, da farmacêutica brasileira Blanver, consolidou-se como uma das principais opções de PrEP no País. Indicado para pessoas a partir de 15 anos de idade (35 kg ou mais), o medicamento é destinado àquelas em maior risco de exposição ao HIV4. Comercializado em caixas com 30 comprimidos para uso diário e contínuo, o Binav® tem ampliado o acesso à prevenção.

Mesmo com os avanços, a adesão é um desafio. Dados do Ministério da Saúde (MS) indicam que 33,5% dos usuários interromperam o uso da PrEP em 2025: quase 65 mil das 193.516 pessoas que retiraram o medicamento1. Por isso, o farmacêutico tem papel central em reforçar a importância da continuidade, identificar barreiras e recomendar suporte multiprofissional. Entre as causas de abandono estão dificuldades de acesso e estigmas. Além disso, a prescrição segue concentrada no setor público, com 93% do total1. Isso reforça a necessidade de envolvimento de farmacêuticos na orientação sobre uso da PrEP.

No caso de pessoas com HIV, o farmacêutico também exerce papel estratégico. Além de garantir o uso correto dos antirretrovirais, deve manter-se atualizado sobre novas terapias e tendências globais, alertar sobre possíveis efeitos adversos e oferecer suporte técnico.

Investir em capacitação das equipes de farmácia e drogarias, lideradas pelo farmacêutico, é fundamental. O treinamento fortalece o acolhimento, reduz o estigma e assegura que pessoas com HIV e usuários de PrEP recebam atendimento com respeito e informação de qualidade. Mais do que um ponto de dispensação, a farmácia deve ser um espaço de acolhimento e confiança.

Fonte: https://guiadafarmacia.com.br/prevencao-ao-hiv-o-papel-fundamental-do-farmaceutico/

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